terça-feira, fevereiro 8

Peter Pan

Hoje me dei o direito de sentir saudades. E assumi-las. Não tratar as coisas - e pessoas, por que não - de que sinto falta com desdém, como de costume, mas dizer em alto e bom som que elas são importantes pra mim.

Veja bem: eu, na vã tentativa de mascarar saudades e dizer que não me importo com as mudanças, me afasto, vou pra longe e torço para que tudo mude, começando pela minha necessidade de ter certas coisas e pessoas por perto. É, eu sei, jeitinho mais imbecil de se fazer as coisas. Mas vou fazer o quê? Aí eu fico lá, longe, esperando a poeira baixar... e ela nunca baixa. Até que eu tenho que fazer concessões e aceitar, por pelo menos uma vez, as saudades.

Eu sei, também, que saudades são o sinal de que o passou foi bom... mas são o sinal de que passou, acabou, foi embora. Então COMO DIABOS pode ser uma coisa boa? Desculpa, não sei lidar com essa galera que adora dizer: ah, pelo menos valeu a pena. É quando me falam isso que eu tenho vontade de ser Peter Pan: sem crescer, sem mudar e sem sentir saudades. Afinal, verbos no passado não são os meus preferidos, pessoas longe tampouco, e coisas fora do lugar menos ainda. E vou confessar que hoje me deu muitas saudades de como tudo era há alguns anos, quando os "tchaus" não valiam tanto, as coisas não mudavam muito e as pessoas não esqueciam nada.






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